É muito comum que surjam dúvidas em relação aos órgãos que podem ser doados quando a família decide realizar a doação. O motivo pode estar ligado ao fato de que algumas doenças apresentam restrições, como é o caso da morte encefálica.

Mas será que quando uma pessoa venha a falecer por esse motivo é possível doar boa parte dos órgãos? Como é possível deixar registrado, em vida, que você deseja ser um doador de órgãos quando a morte chegar?

Foi com base nesses questionamentos que o desenvolvimento desse texto foi feito. Então, você poderá ter uma visão mais clara sobre os processos de doações de órgãos e também o que pode ser feito no caso da morte encefálica.

Como funciona a doação de órgãos no Brasil?

O Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, é visto como referência no transplante de órgãos, possuindo o maior sistema público de transplante do mundo. Além disso, o país também ocupa a segunda posição mundial como transplantador.

O seu funcionamento acontece quando algum potencial doador é encontrado e o órgão seja compatível com a pessoa que possui a necessidade dele para a sobrevivência. Todas as etapas dão início após um diagnóstico médico definido por meio da Resolução CFM nº 1480/97.

Pra ser um doador de órgão não precisa de nenhum processo burocrático. Basta deixar a família ou pessoas próximas cientes da decisão. Pois serão eles que irão assinar a documentação que irá liberar a doação dos órgãos.

Quais pacientes são potenciais doadores?

Somente após o diagnóstico médico é que os pacientes serão considerados ou não aptos para a doação. Mas, de uma forma geral, existem algumas doenças que colocam algumas pessoas no topo da lista de doadores.

Veja uma pequena lista com as principais doenças:

A lista acima apresenta pacientes que sofreram morte cerebral ou encefálica, que é a doença que será detalhada a seguir.

Lembrando que também é possível que as doações sejam feitas em vida. Nesse caso, elas serão parciais e o doador deve estar com a saúde em dia. A lista pode variar bastante, pois engloba órgãos e tecidos, sendo alguns deles: coração, rins, pulmões, pâncreas, ossos e córneas.

Quais os pré-requisitos para realizar a doação em vida?

Como explicado, os doadores também podem salvar vidas enquanto estão vivos. Mas é claro que para que isso aconteça será preciso que o doador esteja com a saúde em dia. Esse diagnóstico será feito pelo médico, onde ele deixará evidente a possibilidade ou não da doação.

Existem algumas doenças que podem impedir que uma pessoa venha ser uma doadora. Por mais que a lista que será apresentada a seguir seja utilizada como padrão em quase todos os transplantes, somente o médico pode afirmar essa impossibilidade. Confira:

O que é a morte encefálica?

Antes de conhecer quais órgãos podem ser doados após a morte encefálica, é importante entender mais detalhes sobre ela. Dessa forma, você conseguirá ter uma clareza maior porque os pacientes que tiveram esse problema têm um alto potencial para serem doadores.

A explicação é bem simples, pois a morte encefálica pode ser entendida como a parada definitiva do cérebro e tronco cerebral. Então, como são elementos importantes para o funcionamento do corpo, em poucos minutos acontece a falência de todo o organismo.

Os pacientes, em geral, apresentam coma não perceptivo e o diagnóstico é um pouco complicado. Pois os médicos precisam ter certeza absoluta do quadro do paciente. O procedimento de identificação inclui exames clínicos, teste de apneia e também outros exames complementares.

Quais órgãos podem ser doados em casos de morte encefálica?

A morte encefálica abre um leque de opções de órgãos que podem ser doados, diferente da morte por coração parado, que podem ser transplantados apenas os tecidos.

Como falado, esse tipo de morte acomete o cérebro e o tronco cerebral. Então, por isso que existem uma lista maior de órgãos que podem salvar outras vidas. Conheça alguns deles a partir da lista que será apresentada:

Os tecidos também entram, sendo eles:

Vale sempre frisar que esses são os órgãos que são autorizados no Brasil, então qualquer outro tipo não é permitido legalmente. Ressaltando também que a doação deve ser feita por meio de órgãos registrados, pois dessa forma tudo será feito dentro da lei e com total segurança.

Quais os processos para a doação?

Sabendo então da existência de um doador em potencial, inicia-se todo um processo onde será analisado todas as características básicas para a doação.

Quando acontece a confirmação de morte encefálica, por exemplo, a família deve autorizar o transplante e os órgãos devem ser mantidos em funcionamento de forma artificial.

Após essa primeira fase, começa o restante do processo que será realizado da seguinte maneira:

  1. A Central de Transplantes, responsável por todo o processo, inicia os testes de compatibilidade entre o doador e os possíveis receptores. Lembrando que existe uma lista de espera;
  2. Quando os médicos descobrem que existem mais de um paciente compatível, a equipe realiza uma análise de cada caso até definir quem terá prioridade. O tempo de espera e a urgência do órgão será utilizado como critério de definição;
  3. Uma lista é emitida pela Central, onde consta os receptores compatíveis. Os hospitais e as equipes que estão cuidando dos pacientes recebem o documento e iniciam a etapa de decisão sobre quem receberá o órgão;
  4. As equipes e a Central de Transplantes fazem um estudo detalhado sobre cada caso e após a escolha, o planejamento do transplante já começa a ser preparado;
  5. Toda a equipe é formada por profissionais multidisciplinares e então os órgãos serão retirados e o transplante é feito.

Obviamente os passos apresentados foram mostrados de forma simples, pois os processos demoram um tempo até que tudo esteja pronto para o transplante acontecer. Tudo é feito com um embasamento técnico muito preciso para que nada de errado aconteça.

Considerações finais

Foi possível perceber que a morte encefálica, por mais que seja um evento triste, ainda têm grandes possibilidades de salvar vidas.

Outro ponto que também pode ser destacado após o detalhamento dos passos, é que esse tipo de morte faz com que mais órgãos possam ser doados. É importante que mais pessoas tenham consciência da importância da doação, pois isso faz com que mais vidas sejam salvas.

O ideal é que a escolha em ser um doador seja feita em vida. Então, se após a leitura desse artigo você tenha tomado uma decisão positiva a respeito disso, não perca tempo e já deixe os familiares avisados.

Tenha em mente que essa escolha fará com que muitas pessoas possam ter a vida continuada. Você ainda terá a chance de deixar um ótimo legado após a morte, dando a oportunidade de outra pessoa aproveitar a preciosidade que é a vida. A escolha é sua.

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